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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Fui menina... sou mulher... e sempre serei: Menina-mulher!!

Eu sou uma menina
E por vezes esqueço que também sou uma mulher!
Esqueço que por vezes chamo a atenção
Mas no fundo eu sei disso...
Adoro beijos e abraços,
Sorrisos e olhares,
Conversas alegres
Risos de menina...
Olhar de mulher....
Digo quase sempre aquilo que quero,
Sem malícia,
ou com alguma as vezes...
Gosto de brincar
e é claro de me divertir...
Olho no espelho ou no vidro das montras...
Desço a rua mexendo nos cabelos
Olho como se não tivesse olhando para nada
e nem para ninguem...
Mas não passo despercebida na multidão.
Sei que tenho uma energia que espalho
e uma alegria que contagia...
Eu olho nos olhos de quem me contempla,
Falo com a minha alma sempre aberta,
E quando amo,eu amo por inteiro.
Entrego-me a esse amor e caio de cabeça...
Sigo o coração, sempre sem hesitar.
Mas esse amor tem que tocar o meu coração
Com a razão, e com a emoção.
Amo a poesia, a vida,o chocolate e os dias de chuva
Amo amar, sorrir, chorar, e emocionar-me por tudo e por nada...
Amo as rosas ,o jasmim,as gaivotas e as borboletas...
Amo a beleza, a leveza, a ternura,a simplicidade, a a liberdade...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

***Sou eu***

Aceite-me como eu sou.
Não venho com garantia...
nem tenho a pretensão,
de ser alguém perfeito.
Toda a perfeição não posso ter.
Eu sou como você:
sou da espécie humana,
sou capaz de errar.
O erro não é falha de caráter
e errar faz parte da Natureza Humana.
Eu vivo.
Eu sorrio.
Eu também aprendo!
Meu conhecimento é incompleto.
Estou na busca o tempo todo,
nas horas acordadas e nas horas de sono.
Eu tenho um longo caminho a ser percorrido,
assim como você também tem.
Aprendemos nossas lições pelo caminho.
Atingiremos a Sabedoria.
Assim, por favor,
aceite-me como sou!
Porque eu sou só eu.
Apenas eu.
Não há ninguém igualzinho a mim no mundo.
Esta é a única garantia que dou.
É assim que eu me sinto.
Eu tenho um coração.
Abra-me e veja-o!
Por favor , cuide bem dele.
Ele é tudo que eu sou.
Apenas eu.










 

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

***Te adoro***


O coração diz adoro-te
As circunstancias dizem: não posso!
O amor diz preciso de ti
E a razão pergunta: porquê?
O meu olhar chama-te ,
O meu silencio afasta-te
Fecho os olhos e sinto-te aqui...
Quando olho, não estás...
Quero tocar-te mas sinto o vazio
Quero beijar-te mas engulo em seco o desejo
Quero ouvir a tua voz, mas só ouço o grito do silêncio
Quero chamar-te mas a solidão cala-me...
Apesar de toda a distancia o coração diz: procura!
O medo fala: não faças isso!
A esperança grita: Calma!
Mas o momento diz:

A tua presença e o que eu mais desejo
E a tua ausência a minha maior dor...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Desculpas (Apologize)

Estou segurando em sua corda
Que me deixa à 2 metros do chão
E estou ouvindo o que você diz, mas simplesmente não posso emitir um som
Você diz que precisa de mim depois você parte e me derruba
Mas espere
Você diz que está arrependida
E não achava que eu daria a volta por cima e diria: (isso)

Que é tarde demais para se desculpar
É tarde demais
Eu disse que é tarde demais para se desculpar
É tarde demais

Eu me arriscaria outra vez, levaria a culpa, levaria um tiro por você
E eu preciso de você como um coração precisa de uma batida, mas isso não é novidade
Yeah
Eu te amei com um fogo vermelho agora está se tornando azul
E você diz
"Eu sinto muito" como o anjo
O céu me fez pensar quem você era
Mas eu tenho medo

Que é tarde demais para se desculpar
É tarde demais
Eu disse que é tarde demais para se desculpar
É tarde demais

É tarde demais para se desculpar
É tarde demais
Eu disse que é tarde demais para se desculpar
É tarde demais
É tarde demais para se desculpar
É tarde demais
Eu disse que é tarde demais para se desculpar
É tarde demais

Estou me segurando em sua corda
Que me deixa à 2 metros fora... do chão
 
I'm holding on your rope
Got me 10 feet off the ground
I'm hearin' what you say but i just can't make a sound
You tell me that you need me then you go and cut me down
But wait
You tell me that you're sorry
Didn't think i'd turn around and say:(that)

It's too late to apologize
It's too late
I said it's too late to apologize
It's too late

I'd take another chance, take a fall, take a shot for you
I need you like a heart needs a beat,but it's nothing new
Yeah
I loved you with a fire red now it's turning blue
And you say
"Sorry" like the angel
heaven let me think was you
But i'm afraid

It's too late to apologize
It's too late
I said it's too late to apologize
It's too late

It's too late to apologize
It's too late
I said it's too late to apologize
It's too late
It's too late to apologize
It's too late
I said it's too late to apologize
It's too late

I'm holding on your rope
Got me 10 feet off... the ground
 
 
 

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

TABACARIA Fernando Pessoa

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa,
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantámo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, para o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.
Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olhou-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica.
(O dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da Tabacaria sorriu.


domingo, 12 de setembro de 2010

Criança

Criança é um ser divino,
cheio de paz e curiosidade,
nos traz alegria e felicidade.

No sorriso inocente,
não existe maldade
somente sinceridade.
A tristeza que apresenta é momentânea,
não cultiva inimigos
só amizades.
Se aproxima de quem dá atenção,
carinho e segurança.
Fica atenta e observa tudo o que está ao seu redor,
aos sons, as imagens, procura imitar e
se inspirar no que mais lhe atrai.

Questiona, brinca, vê esse mundo como um paraíso,
está sempre evoluindo, mas no seu interior
sabe quando é acolhido com amor e isso se manifesta no seu olhar,
no seu comportamento nas suas atitudes.
Criança é vida, amor, alegria
que nos cultiva com suas travessuras e suas energias.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Preconceito

Então diz-me lá amigo,
Onde te leva tanto preconceito?
Aqueles que discriminas,
São seres humanos como tu
E a viver têm direito!
A caminho da escola,
Não dás uma esmola
A um pobre sem abrigo?
Ele não tem nada, perdeu tudo!
Poderia acontecer contigo...
Porque viras a cara à tua amiga
Que vês passar na rua?
Só porque é mãe solteira,
Não terá o direito
De ter uma vida igual à tua?
Pára de uma vez por todas de gozar
Com a rapariga gorda que vês passar!
Serás tão insensível,
Que não lhe consegues ver
A tristeza estampada no olhar?
E aquele rapaz a quem "deste" má fama
Só porque se veste de modo diferente?
Julgaste sem conhecer...
Será que pelo menos algum dia
Tentaste com ele conviver?
Porque carregas dentro da tua alma
Tanto ódio recalcado e revolta?
Carregas desde o berço um triste destino?
Será que tu também aguentarias
Apenas por um só dia vestir-lhes a pele?
Talvez assim reflectisses,
Sabendo como é duro,
Apenas por um só dia
Ser rejeitado, tal como eles...

Autor: Desconhecido.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Coisas do amor


Por que um coração escolhe o outro, nunca vou saber. Há coisas para as quais não temos respostas, nem explicações, são mistérios da vida.
Às vezes o amor toma conta da gente sem pedir licença. Chega devagarinho, muitas vezes disfarçado, invade e pronto: se instala! E mesmo se dizemos não, ele fica lá, teimoso, empacado. E aí não tem jeito, precisamos conviver com ele, aceitá-lo. Porque ele não desiste facilmente uma vez que decidiu enviar as flechas numa determinada direção.

Ele contraria nossas regras, às vezes mesmo nossos gostos, nos faz fazer coisas que antes julgávamos ridículas, nos deixa bobos e felizes. Muda nossos hábitos, nos faz amar música lenta, sonhar acordados e passar noites em claro, ou então nos acorda em plena madrugada. E nos faz ver estrelas, gostar de lua e de poesia. Ah! O amor nos faz perder o juízo!

Torna adolescentes em adultos e velhos em adolescentes: não existe regra, não existe idade, não existe nada além dele. Se é surpresa para corações jovens, para os mais vividos é um presente dos céus, pois chegou na hora em que não se acreditava mais possível. A esse é dado mais valor, nem mesmo tem preço.

Ele nos faz andar sem ter os pés na terra, nos dá asas, nos transporta e muitas vezes nos fere. Mas de ferida boa, dessas que a gente sofre mas conhece o remédio. Ah! E esse remédio!... Cura tudo, esquece tudo. A raiva da manhã já não tem mais o mesmo sentido à noite. O amor passa esponja como ninguém, só ele mesmo é que conta.

E esse amor que nos libera e nos deixa cativos é também a razão da nossa esperança, porque nos motiva, nos incita a ir mais além, nos dá força e coragem, mesmo se às vezes parece nos deixar débeis e frágeis. Mas ele é contraditório e, por isso mesmo, fascinante. Com ele vivemos; sem ele, apenas passamos pela vida. São assim as coisas do amor.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A mais bela flor.

O estacionamento estava deserto quando me sentei para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho.

Desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando me afundar.

E se não fosse razão suficiente para arruinar o dia, um garoto ofegante se chegou, cansado de brincar. Ele parou na minha frente cabeça pendente, e disse cheio de alegria:

- Veja o que encontrei:

Na sua mão uma flor, e que visão lamentável, pétalas caídas, pouca água ou luz.

Querendo me ver livre do garoto com sua flor, fingi pálido sorriso e me virei. Mas ao invés de recuar ele se sentou ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa:

- O cheiro é ótimo, e é bonita também... Por isso a peguei; ei-la, é sua.

A flor à minha frente estava morta ou morrendo, nada de cores vibrantes como laranja, amarelo ou vermelho, mas eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá.

Então me estendi para pegá-la e respondi:

- O que eu precisava.

Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a segurou no ar sem qualquer razão. Nessa hora notei, pela primeira vez, que o garoto era cego, que não podia ver o que tinha nas mãos.

Ouvi minha voz sumir, lágrimas despontaram ao sol enquanto lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele jardim.

- De nada, ele sorriu.

E então voltou a brincar sem perceber o impacto que teve em meu dia. Me sentei e pus-me a pensar como ele conseguiu enxergar um homem auto-piedoso sob um velho carvalho.

Como ele sabia do meu sofrimento auto-indulgente?

Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado com a verdadeira visão. Através dos olhos de uma criança cega, finalmente entendi que o problema não era o mundo, e sim EU.

E por todos os momentos em que eu mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida e apreciei cada segundo que é só meu. E então levei aquela feia flor ao meu nariz e senti a fragrância de uma bela rosa, e sorri enquanto via aquele garoto, com outra flor em suas mãos, prestes a mudar a vida de um insuspeito senhor de idade.

Autor: ???????

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Boas coisas da vida



Se apaixonar.

Rir até sentir o rosto doer.

Uma praia.

Um supermercado sem filas.

Um olhar especial.
Receber cartas ou e-mails.
Dirigir numa estrada bonita.
Escutar sua música preferida no rádio.

Um banho de espuma (avec).
Uma boa conversa.
Um banho quente.

Achar uma nota de R$100 na sua blusa do inverno passado.

Rir de você mesmo.
Ligações à meia noite que nunca terminam.

Rir sem absolutamente razão nenhuma.

Ter alguém pra te dizer que você é bonita(o).

Rir por alguma coisa que você lembrou.
Os amigos.

Amar pela primeira vez; pela segunda, pela terceira, ...

Ouvir, acidentalmente, alguém falar bem de você.

Acordar e perceber que ainda faltam algumas horas para dormir.

O primeiro beijo.

Fazer novos amigos ou ficar junto dos velhos.

Conversas à noite com seu colega de quarto que não te deixa dormir.

Alguém brincar com o seu cabelo.

Bons sonhos.

Chocolate quente.

Viagens com os amigos.

Dançar.

Beijar na boca.

Ir à um bom show.

Ter calafrios ao ver "aquela" pessoa.

Ganhar um jogo difícil.
Passar o tempo com os(as) amigos(as).
Ver os(as) amigos(as) sorrir ou rir.
Segurar a mão de um(a) amigo(a).
Encontrar com um(a) velho(a) amigo(a) e descobrir que tem coisas que nunca mudam.
Descobrir que o amor é eterno e incondicional.
Abraçar a pessoa que você ama.
Ver a expressão de alguém que ganhou um presente que queria muito de você.
Ver o nascer do sol.
Levantar todo dia e agradecer a Deus por outro lindo dia!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

ERA UMA VEZ...

Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico...
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito.
Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa.
Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.
A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:
- Eu, hein?... nem morta!
Luís Fernando Veríssimo